Impressões sobre a arte e o património nas cidades europeias mais visitadas por viajantes portugueses (Londres, Madrid, Nápoles e Paris)notas para o estudo de uma sensibilidade estética (1860-1910)

  1. Afonso de Azevedo Osório, Helena Cristina
Dirigida por:
  1. Juan Manuel Monterroso Montero Director/a

Universidad de defensa: Universidade de Santiago de Compostela

Fecha de defensa: 14 de noviembre de 2014

Tribunal:
  1. José Manuel García Iglesias Presidente/a
  2. José Manuel Bernardi López Vázquez Secretario/a
  3. Patricia Andrés González Vocal
  4. Francisco Ollero Lobato Vocal
  5. Ramón Yzquierdo Perrín Vocal

Tipo: Tesis

Resumen

O trabalho intitulado Impressões sobre a arte e o património nas cidades europeias mais visitadas por viajantes portugueses (Londres, Madrid, Nápoles e Paris): Notas para o estudo de uma sensibilidade estética (1860-1910), apresenta uma reflexão sobre a importância da arte, do património e da cultura artística na descrição de viagens de Portugueses ¿ no período que medeia os anos 60 do século XIX e a primeira década do século XX, onde assistimos ao florescimento de mais de trinta tendências artísticas precursoras da arte moderna. Valemo-nos dos testemunhos de catorze autores portugueses (três senhoras e onze senhores), os quais expressam em dezassete títulos publicados, no formato de cartas, diários e/ ou impressões de viagens, tudo o que observam digno de referência sobre arte e património ¿ especialmente, nas capitais europeias de Londres, Madrid e Paris que são as mais visitadas por portugueses e, ainda, na cidade de Nápoles pelo interesse histórico e industrial que esta apresenta à época como capital do Reino de Nápoles de 1282 a 1816. Após essa data, uniu-se à Sicília, tornando-se a capital das Duas Sicílias, até à unificação da Itália em 1861. Quanto às capitais mais visitadas, parecem-nos óbvias as primeiras escolhas: Madrid por questões de proximidade, Londres e Paris como centros de moda e de novidades por excelência, com a consequente afluência de escolas e tendências que aí se desenvolvem e coabitam; já a nossa última preferência, Nápoles, deve-se à importância histórica que têm então os achados arqueológicos nas cidades de Pompeia, Herculano e Estábia ¿ cobertas pelas cinzas em decorrência da erupção do vulcão Vesúvio ¿ e ao interesse industrial que a cidade tem à época, sem esquecer o legado dos autores estudados que publicam pareceres consideráveis sobre a arte e o património napolitanos: Daniel Martins de Moura Guimarães (1827-1893) , o único que escreve a respeito das quatro cidades estudadas mais visitadas, e o único que descreve Santiago de Compostela, com a preocupação de publicar um guia com tudo o que existe de melhor sobre as artes; Visconde de Benalcanfôr (1830-1889) que visita e observa, minuciosamente, não apenas o Museu de Nápoles e Vesúvio, como a própria cidade e arredores (o visconde escreve, também, sobre Paris e Londres na obra assinada com o nome próprio Ricardo Guimarães); um caso à parte é Maria Celina de Sauvayre da Camara (1857-1929) que descreve Nápoles, muito pouco, se tivermos em conta os cinco meses que aí passa antes de partir para Jerusalém onde escreve o diário publicado, evocando viagens anteriores pela Europa. A seleção geográfica e artística (ao nível dos espólios referenciados) tem assim, como base, a predominância nas nossas fontes e é condicionada pela impossibilidade de conter, nesta pequena contribuição, todas as observações e obras encontradas e inicialmente estudadas (mais de vinte).