Las necesidades formativas del entrenador de jóvenes futbolistasanálisis de la situación actual y propuestas de intervención

  1. DE SOUSA BACALHAU PAIXÃO, PAULO ALEXANDRE
Dirixida por:
  1. Manuel Tomás Abad Robles Director
  2. Francisco Javier Giménez Fuentes-Guerra Director

Universidade de defensa: Universidad de Huelva

Fecha de defensa: 29 de xullo de 2019

Tribunal:
  1. Nuno Eduardo Marques de Loudeiro Presidente/a
  2. José Robles Rodríguez Secretario
  3. Victor Manuel de Oliveira Maças Vogal

Tipo: Tese

Resumo

Sabemos que o futebol é o desporto mais praticado em todo o mundo e também o mais seguido, por isso é um dos desportos com mais potencial de influência na sociedade e o treinador é a sua figura mais influente pela ação de liderança que promove junto dos que o rodeiam, principalmente se estivermos a falar de crianças e jovens. É o treinador que pode manter a prática do futebol do lado positivo, onde se pretende que esteja e aonde deve permanecer, no fomento dos valores educativos e na aprendizagem harmoniosa da modalidade. Dada a importância que detém esta figura no desporto em geral e no futebol em particular, é determinante que a sua formação seja um ponto fundamental das suas qualidades, até porque dela podem emanar muitas outras competências, capazes de influenciar o jovem futebolista de forma favorável em todas as suas dimensões. Desta forma, torna-se preponderante o estudo sobre a formação do treinador de futebol, que todos os dias é uma peça importante no treino dos nossos jovens, não só no capítulo desportivo mas também no capítulo social. Começámos o nosso trabalho procurando realizar a fundamentação teórica do tema. Numa primeira parte iniciámos por um enquadramento global fazendo referencia à legislação recente que rege a figura do treinador e a sua formação, revisámos todos os documentos internacionais e nacionais sobre a formação de treinadores e as suas competências, recolhendo a informação pertinente. Numa segunda parte, mais específica, fomos gradualmente entrando nas características que deve ter o treinador, nas conceções de ensino e nas necessidades de formação de entre outros aspetos desenvolvidos. Um dos grandes objetivos desta investigação foi o desenvolvimento de uma ferramenta válida e fiável para o estudo da formação de treinadores, que possibilitasse a sua posterior aplicação em Portugal e que permitisse a replicação do estudo em diversos contextos. Para esse fim, construímos um questionário que partiu do estudo de Abad (2009) e submetemos essa ferramenta a um processo de validação com o objetivo de analisar a formação dos treinadores de futebol de base nos clubes da Associação de Futebol de Beja. Desenhámos um questionário que no final do processo de validação ficou com 121 itens agrupados em 8 dimensões (Características Sociodemográficas, Experiencia Desportiva, Aspetos Pessoais, Formação como Treinador, Formação Contínua, Conceção de Ensino, Planificação e Programação, Necessidades de Formação). Efetuámos uma análise qualitativa e quantitativa que foi realizada através da avaliação de 12 especialistas. A validade do conteúdo foi analisada através do coeficiente V de Aiken, estabelecendo um intervalo de confiança de 99% e o coeficiente de variação. Para estabelecer a fiabilidade, o questionário foi aplicado a 20 treinadores de quatro clubes diferentes da região em dois momentos diferentes, a consistência interna foi analisada pelo método Alpha de Cronbach (0.915) e a fiabilidade teste-reteste usando o coeficiente de correlação intraclasse resultando 0.890 (p <0.01). Os resultados mostram que o questionário reúne suficientes propriedades psicométricas para ser considerado uma ferramenta válida e fiável para estudar e analisar as necessidades de formação dos treinadores de futebol (Paixão, Abad & Giménez, 2019). Num segundo momento, os questionários construídos foram aplicados a 124 treinadores da região de Beja que estavam a trabalhar com crianças e jovens no futebol de formação. Esta amostra representou 91% do total da população de estudo e através de uma análise descritiva e inferencial permitiu analisar o perfil do treinador, a sua formação e a sua intervenção nos diversos domínios e parâmetros. Destacamos alguns resultados como, o facto da maioria dos treinadores ainda não ter sequer o título de treinador e só uma minoria detém formação superior na área do desporto; por outro lado, o gosto em treinar e ensinar é o motivo pelo qual os treinadores estão no futebol de formação; no que diz respeito à formação contínua as estratégias preferenciais são: a criação de grupos de trabalho entre treinadores, a visualização e análise de jogos e treinos em vídeo, e a participação em workshops práticos; destacamos também que persiste uma divisão entre os métodos diretivos e os métodos de descoberta, entre outros resultados interessantes. Concluímos com a concretização dos objetivos gerais e específicos, a apresentação das implicações do estudo, aduzimos algumas propostas de melhoria, expomos as limitações do estudo e por último indicamos as perspetivas futuras.