O caso das aldeias serranas-importância e limites destas unidades sociais e patrimoniais na sustentabilidade do território

  1. dos Santos Batista, Ana Paula
Supervised by:
  1. José Manuel dos Santos Custódio Pedreirinho Director
  2. María Teresa Pérez Cano Director

Defence university: Universidad de Sevilla

Fecha de defensa: 16 June 2017

Committee:
  1. Eduardo Mosquera Adell Chair
  2. José Manuel Aladro Prieto Secretary
  3. Rafael Merinero-Rodríguez Committee member
  4. Carlos Jesús Rosa Jiménez Committee member
  5. Ana María Tavares Ferreira Martins Committee member

Type: Thesis

Teseo: 466128 DIALNET lock_openIdus editor

Abstract

Portugal assiste na segunda metade do século XX a profundas alterações de uma estrutura social apoiada em comunidades rurais muito isoladas, que se vê confrontada com uma forte emigração que resulta em muitos casos no seu quase desaparecimento. Neste contexto na tentativa de intervir nestes espaços rurais débeis, surgiram a partir dos anos 90, em consequência dos novos instrumentos resultantes da integração europeia, uma multiplicidade de incentivos económicos, particularmente vocacionados para o turismo.Tais iniciativas estiveram na base de Programas como os das Aldeias Históricas de Portugal, as Aldeias Vinhateiras do Douro e as Aldeias do Xisto. Esta investigação pretende reflectir sobre a “descoberta” deste património edificado, em particular das Aldeias do Xisto, situadas na região centro (Beira Interior), em Portugal, como instrumento e recurso para o desenvolvimento destes territórios. A estratégia dos diversos programas, leva-nos a aprofundar as questões do turismo na sua relação com a sociedade, com particular importância dos campos da sociologia, da antropologia e da filosofia. Também no sentido de um melhor entendimento das especificidades destes territórios, bem como a sua patrimonialização procuramos neste estudo enquadrar e contextualizar estas estruturas físicas e sociais, do ponto de vista geográfico, económico e social. Assumindo que a valorização dos lugares e da sua cultura poderá ser uma forma de acção em contextos socioeconómicos deprimidos, a questão que se coloca é a de saber até que ponto, este património tem vindo a ganhar uma dimensão retórica, folclórica e muitas vezes encenada, a pretexto de uma estratégia de desenvolvimento, promovendo símbolos de singularidade, (de uma sociedade que lhes deu origem, mas que seguramente já não existe) apenas como atracções paisagísticas, gastronómicas ou arquitectónicas. Bem como se a actividade do turismo por si só tem capacidade de inverter o actual estado de desertificação e abandono rural. É de grande importância percebermos até que ponto estes projectos são ou não sustentáveis. O que acontecerá as estas aldeias sem os fundos comunitários que têm sido para elas canalizados? Qual é a real importância e capacidade destas unidades sociais e patrimoniais na sustentabilidade do território?